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      27 
          Março 2009 
          Comentário 
          da Semana "A promessa sem manual de instruções" 
          José Pedro Calheiros 
        
           
            | Há 
              muito, muito tempo, coisa de 8.000 anos, grupos de nossos antepassados 
              fizeram uma revolução. Deixaram de ser parasitas e 
              entraram numa espécie de sociedade com da Natureza. Implantou-se 
              a agricultura, domesticaram-se animais, utilizou-se a força 
              destes. Sedentarizaram-se as sociedades. Estávamos no Neolítico. 
              E a vida difícil até então passou a ser muito 
              mais fácil, comida em abundância, menos deslocações, 
              mais tempo para descobrir novas coisas como a cerâmica, o 
              domínio dos metais, a criação artística. 
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         Mais riqueza 
        com menos trabalho foi a promessa. Nada disso. Alguns, poucos, passaram 
        a não trabalhar nada e, inexplicavelmente, a maioria a trabalhar 
        muito mais. Os tais poucos começaram a enriquecer. A promessa voltou 
        a aparecer no final do século XVIII com uma nova revolução, 
        a industrial. Máquinas, máquinas, máquinas. Toda 
        a gente iria trabalhar menos, produzir muito mais e criar muita riqueza. 
        Isto é, seriam poucos a trabalhar, e muitos a gozarem da riqueza 
        produzida. Bem, desta história todos sabemos o que se passou. Com 
        a era industrial, todos passaram a trabalhar muito mais. Excepto alguns. 
        Chegamos ao terceiro quartel do século XX e os computadores chegaram, 
        junto dos telemóveis, dos GPS e milhentas tecnologias. Era desta 
        ! Com tudo isto seria muito mais rápido, mais fácil e mais 
        eficiente o trabalho. Teríamos todos de trabalhar pouco e apenas 
        alguns o teriam de fazer. E ??? Nunca tanta gente trabalhou tanto, tantas 
        horas e de forma tão desgastante. Pelo meio destas revoluções 
        apareceu o consumo levado aos limites. Depois de todas as revoluções, 
        apareceu a quarta vaga, onde se prometeu gerar riqueza sem produção, 
        apenas com suposições. Estamos no presente e percebemos 
        que não há trabalho para todos. A promessa do Neolítico 
        está a ser cumprida. Apenas alguns terão trabalho, mas terão 
        de sustentar todos os outros. O problema é que ninguém escreveu 
        ainda o manual de instruções deste novo paradigma. 
         
         
        Comentários 
        28 
        Março 2008 - Fernando 
        Wintermantel wintermantel@sapo.pt  
         
        Olá 
        Zé Pedro, 
        Não tenho podido aparecer nos passeios mas nem por isso deixo de 
        ler atentamente as "Informação SAL" que recebo. 
        O comentário desta última é delicioso, já 
        que descobre a "cenoura posta à frente do burro" - afinal 
        trabalha-se cada vez mais em troca da promessa de futuramente se desfrutar 
        de mais tempo livre -, eis a grande mentira impingida à humanidade 
        através dos tempos pelos "vendedores de banha da cobra". 
        Parabéns pela oportunidade e coragem de dizer que o rei vai nu. 
        Um abraço,
  
          
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