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          Março 2009 Algumas 
          semanas após ter começado a estudar no Técnico, 
          a minha turma passou de 10 a 11 alunos. Tinha chegado o Óscar, 
          directamente da Guiné. Falava pouco, mas quando falava exprimia-se 
          num português correcto sem qualquer pronúncia. Era afável, 
          mas triste. Sobre as matérias daquele espinhoso primeiro ano 
          de engenharia, quase tudo era impossível para ele, não 
          por falta de esforço, mas de trabalho de base ao nível 
          do secundário. Conseguimos 
          integrá-lo e várias vezes almocei com ele na cantina. 
          Falou-me da mata e das caminhadas que fazia em criança. Falou-me 
          dos rios e das frutas. Falou-me do calor e do frio que passava em Lisboa. 
          Falou-me do avô e do bisavô, ambos chefes de aldeia, ricos 
          e poderosos. Lembrava-se da guerra colonial e dos problemas que a aldeia 
          passou por ser fiel a Portugal, promessa feita por um dos seus antepassados. 
          E um dia perguntei-lhe pelos pais. A mãe tinha morrido era ele 
          bébé. O "herói" também já 
          tinha morrido. Assim ele se referia ao pai. Morto numa das revoltas 
          militares da Guiné. Era um dos amigos de infância e colaborador 
          de Nino Vieira e percebi que tinha sido morto de forma muito violenta. 
          O Óscar foi então "salvo" com uma "condenação" 
          a vir estudar para Lisboa. Perdemos-lhe o rasto no segundo ou terceiro 
          ano, quando o deixamos de ver no Técnico. O ano passado soube, 
          por um colega comum de então, que o Óscar morreu há 
          uns anos em Lisboa. Não sabemos como foi. Esta semana a Guiné 
          sofreu uma violência mortal e sofrida sobre o seu Presidente Nino 
          Vieira. Lembrei-me do Óscar e do seu "herói". 
          Meditei sobre a condição humana neste jovem século 
          XXI. Não chorei. Mas tive pena de não o ter conseguido 
          fazer. 
 
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