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23
Fevereiro 2007
Comentário
da Semana "As Farmácias do Pisca-Pisca"
José Pedro Calheiros
Ir a uma farmácia não é, na maior parte dos casos,
uma coisa que nos dê muito prazer. Vamos lá buscar, normalmente,
produtos para alívio de maleitas que nos atacaram ou que estão
a fazer sofrer alguém próximo de nós. E quando
vamos fora de horas, mais importante é o assunto e somos normalmente
os "transportadores do alívio" para quem ficou em casa.
Até aqui só valoriza os intérpretes de tal acção.
Mas acontece que muitos destes "Mercúrios", deixam
as suas viaturas rodoviárias paradas onde bem lhes apetece, normalmente
o mais próximo possível da porta da botica, na faixa de
rodagem, no passeio ou no eixo da via. Acedem o "quatro piscas"
e fazem aquele ar sério de que tem uma missão de salvação
do mundo. É claro que estacionar o carro correctamente demoraria
mais um minuto e o tempo de espera da sua vez nestas situações
é, muitas vezes, longuíssimo. Quem espera o remédio
não estará, certamente, em risco de vida ou a sofrer horrores,
por causa de mais um minuto, senão estaria num hospital. O que
se passa é que a falta de cultura cívica, de precaução
do risco e de ignorância rodoviária põem muitas
vezes em causa a segurança de muita gente e acima de tudo a liberdade
dos outros. E isso tem de ser alertado, pois há muita gente que
tem dificuldade em aceitar estas regras básicas de vivência
em liberdade. Custa um pouco, mas é assim. (Também podia
falar de quem para na faixa de rodagem para ir ao multibanco; para ir
buscar os filhos à escola; para ir comprar pão ou o jornal;
ou qualquer outra coisa do género. Mas para esses não
há comentários. Falei das farmácias, porque me
parece que existe uma atenuante teórica, que poderá orbitar
algumas cabeças. Mas enganam-se).
Comentários
Carlos
Bolacha e Maria Ana Cunha
carlos.bolacha@escalatur.pt
A situação que
refere é verdadeiramente escandalosa, assim como os colégios
e externatos particulares que há espalhados pela cidade e que não
têm local, como deveria ser obrigatório, para largar e tomar
as crianças, e que para quem só utiliza transportes públicos
nesta cidade, como é o nosso caso, dá vontade de insultar
toda essa gente, além do estacionamento em cima dos passeios, é
vergonhoso e depois fala-se em cidade de Turismo... assim?
O
povo português “enriqueceu” para se tornar cada vez
mais selvagem? Só porque têm de colocar o carro debaixo da
cama e de preferência à porta do local para onde forem...
Pelo
menos podiam respeitar as crianças e os mais velhos que precisam
dos passeios para circular, de visibilidade nas passadeiras de peões
para atravessarem em segurança e de respeito por parte dos automobilistas.
E
certamente se muitos cidadãos deixassem de trazer carro para o
centro da cidade teriamos melhores transportes públicos, se as
cargas e descargas fossem disciplinadas, se tivessemos cidadãos
educados.
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