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Outubro 2006 Mesmo vivendo
numa avenida, praceta ou rotunda, dizemos quase sempre "lá
na minha rua". Ora este sentimento de posse é o mais lindo
que existe. A "minha" rua. É verdade que já
aconteceu telefonarmos da SAL para um passeante para saber a nova morada,
por a SAL Fino vir devolvida, e não saber o nome da rua em que
morava. Mas é caso raro. Todos sabemos o nome da "nossa"
rua. O mesmo não se passa com os outros. E os outros somos todos
nós, quando precisamos de encontrar uma morada e andamos às
voltas de carro à procura dos nomes das ruas. Bem, se for mulher
tem uma vantagem acrescida, pois pára, abre o vidro e pergunta.
Mas como não sou mulher, lá faço aquelas coisas
"mais simples" como consultar mapas, traçar a rota
no www.viamichelin.com, observar o Google Earth e claro, nada de perguntas
aos indígenas. Apenas procurar as placas com o nome da rua. E
aqui está a questão: Será que quem pensou as placas
toponímicas em Portugal achou que nós andavamos todos
de óculo tipo Vasco da Gama, ou nos outros países por
onde tenho andado são todos muito ceguetas e têm de colocar
os nomes de forma a poderem ser lindos de dentro dum carro, de preferência
em movimento ? Como se não bastasse a pequenez das placas, as
letras fazem inveja aos quadros de teste dos oftamologistas. A toponímia
portuguesa é rica em nomes de famosos (muitos ninguém
sabe porquê), precedidos de títulos, com a descrição
da sua façanha de vida e a data de nascimento e morte. Tudo isto
numa placa de 30cmX20cm. É obra ! Mas boas, boas são as
que os autarcas mais gostam - em azulejo, ostentando o brasão
municipal, com uma bordadura em arabescos e letras pintadas à
mão. Só facilidades ! Divinais as de mármore em
que a tinta das letras já desapareceu. Estas últimas só
mesmo pelo tacto, o que normalmente não dá muito jeito.
Digo sinceramente, este é um aspecto em que Portugal é
mau, muito mau. Levante lá o nariz e descubra as placas das ruas
por onde anda. Comentários
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